Gregory Santos de Oliveira, de 24 anos, luta desde criança contra uma deformidade na mandíbula. Ele ganhou uma aliada decisiva nessa batalha: a tecnologia.

Foram várias cirurgias desde os 5 anos. Gregory sofreu um trauma no parto, que fez com que o osso da mandíbula se fundisse com o osso do crânio, causando o que os médicos chamam de anquilose da articulação temporomandibular, que limita os movimentos da boca.

“Nós chegamos no ápice, que significa resgatar a estética facial dele. Durante todos os outros procedimentos, a equipe estava focada na função, inclusive abertura e fechamento de boca, que ele não conseguia fazer isso. Agora chegou o momento de pensar na estética facial. Nós buscamos uma simetria facial na face dele”, explica o cirurgião bucomaxilofacial Levy Rau.

Gregory fez a cirurgia para colocar a prótese no dia 9 de abril, em Florianópolis. “Quase 20 anos de tratamento. Isso é muito gratificante para mim, muito importante, é a realização de um sonho. São muitos procedimentos que a gente realizou, uma etapa que está concluindo para criar outras perspectivas, outras metas. Isso me tomou muito tempo, tive que focar muito nisso. Mas agora a realização de um sonho define tudo isso”, afirma Gregory.

Uma empresa catarinense que trabalha com imagem e tecnologia tem facilitado tratamentos de pacientes. A especialidade é o desenvolvimento de próteses personalizadas para ossos do crânio e da face.

“A empresa recebe esse exame de tomografia do paciente, então eu tenho uma equipe de engenharia biomédica que analisa essa deformidade, principalmente na parte óssea do paciente, e reconstrói o que está faltando para que ele restabeleça a simetria. Vários softwares são utilizados para fazer essa análise, e de maneira matemática a gente consegue estabelecer a geometria ideal pra restaurar esse rosto”, disse Françoá Horn, que é diretor executivo Customize.

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Ferramenta ajuda no desenvolvimento de próteses customizadas para crânio e face baseadas na anatomia do paciente — Foto: Reprodução/ NSC

Ferramenta ajuda no desenvolvimento de próteses customizadas para crânio e face baseadas na anatomia do paciente — Foto: Reprodução/ NSC

No caso do Gregory, a técnica utilizada foi a do cimento ósseo. A empresa fabricou o molde, e a prótese foi feita pelo cirurgião, na hora do procedimento.

“O cimento ósseo, ele é composto por dois componentes, um pó e um líquido que são misturados durante a cirurgia e ele vira uma espécie de massa de modelar. Aí o cirurgião utiliza o molde que a Customize faz. Preparamos esse molde com a geometria correta para fabricar o implante. Em quinze minutos, o cirurgião é capaz de misturar esses dois componentes e ele solidificar dentro do molde, gerando a prótese final que vai encaixar com o paciente”, afirma Françoá.

A empresa de Françoá foi criada em 2017 e contabiliza mais de 220 cirurgias, a maior parte delas na área de neurologia. Os procedimentos foram realizados em todo o Brasil, e também na Europa e na América Central.

A prótese oferecida ao Gregory gratuitamente foi resultado da parceria entre os responsáveis pela tecnologia e tratamento. “Mostra o compromisso da empresa não só com fins lucrativos, mas com a parte social. Fiquei muito contente. É importante esse trabalho”, disse o jovem.

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