“Senado deve investigar” Paulo Guedes e presidente do Banco Central por escândalo dos Pandora Papers, defende Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria 

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria do Senado, manifestou-se neste domingo sobre as revelações da investigação Pandora Papers, que aponta que Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, têm empresas em paraísos fiscais. “A notícia não chega a me surpreender mas chama a atenção para a necessidade de sistemas que lidem com conflito de interesses, quarentenas e responsabilização por atos de gestão pública”, disse ele. 

Segundo Prates, ainda que a posse de empresas ou contas em paraísos fiscais não seja ilegal, em si, a postura de Guedes e Campos Neto merece “escrutínio”. “O problema é se estão fazendo uso de artifícios legais para se livrarem de pagar impostos como a imensa maioria dos brasileiros e também com isso se protegerem da catástrofe que eles mesmos arquitetam para o restante da população e dos empresários que recolhem impostos direto na fonte ou no ICMS e IPI de cada dia”, afirmou. 

O senador lembrou que, por lei, autoridades públicas, que têm acesso a informações privilegiadas, não podem investir em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por decisão ou política governamental. “O Senado deve investigar o que aconteceu e vamos estudar a possibilidade de convocar as duas autoridades para se explicaram diante dos senadores”, disse.

“Infelizmente, ainda temos que evoluir muito nos controles legais sobre quem se beneficia da porta giratória que separa o Governo  e o mercado. É essa relativa frouxidão legal  que permite que dirigentes do mercado se sintam à vontade para se revezar em cargos públicos com a possibilidade de gerir e advogar em causa própria em detrimento dos interesses do país”, concluiu Prates.   

 

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