“Prevenção de tornado é difícil até nos Estados Unidos, pois em alguns casos ele chega quase ao mesmo tempo que os alarmes dos tornados. Ou seja, teríamos que ter muitos investimentos no Brasil.”
O coordenador do Lapis (Laboratório de Processamento de Imagens de Satélite), ligado à Universidade Federal de Alagoas, Humberto Barbosa, explica que o Brasil usa hoje uma previsão com base no risco meteorológico. “Mas a gente não diz qual é o risco específico, apenas aponta a região que tem potencial”, diz.
No caso de tornados, ele cita que os sistemas se desenvolvem rapidamente em função da alta umidade, dos ventos e das áreas de instabilidade. “E aí modelos meteorológicos atuais de previsão não trabalham bem. Você até tem sistemas, mas eles não são suficientes para fazer com que a gente consiga prever em menos de quatro horas.”
Visão aérea do município de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, após tornado Imagem: Jonathan Campos/Agência de Notícias do Paraná
Na quinta-feira, véspera do tornado, o Lapis —assim como outros órgãos— chegou a emitir um alerta para o Paraná e para Santa Catarina. “Colocamos as áreas nos mapas de risco porque havia vários sistemas meteorológicos atuantes; só que a gente não sabia, nem tinha como dizer, que o risco específico seria um tornado”.
“Existem pesquisas, projetos específicos, mas não há ainda uma estrutura de nowcasting, que é o que a gente chama previsão de curto, curtíssimo prazo”, pontua.


